Em Davos, Guterres ressalta papel do setor privado na recuperação da pandemia BR

 

Em Davos, Guterres ressalta papel do setor privado na recuperação da pandemia 
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Fórum Econômico Mundial de Davos/Pascal Bitz
António Guterres participa no Fórum Econômico Mundial de Davos, a partir de Nova Iorque
    
25 janeiro 2021

Secretário-geral lembra que Covid-19 gerou pior crise em quase um século, expondo desigualdades e fragilidades; novo relatório mostra que economia mundial encolheu 4,3% no ano passado, mais do dobro do que durante crise financeira de 2008-2009.  

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o setor privado tem um papel fundamental para ajudar a tirar os países da crise da Covid-19 e da mudança climática. 

O chefe da ONU discursou no Fórum Econômico Mundial de Davos de forma virtual. O evento reúne líderes internacionais dos setores público e privado além de ativistas e celebridades. 

Apelo 

Cidade de Wuhan, na China, onde começou a pandemia há pouco mais de um ano, Chen Liang

Guterres disse que a comunidade internacional precisa da sua cooperação “mais do que nunca, para ajudar a mudar o curso, acabar com a fragilidade, evitar a catástrofe climática e construir o futuro justo e sustentável que se precisa.” 

Segundo ele, a Covid-19 gerou a pior crise econômica em quase um século, expondo desigualdades e fragilidades dos países. Para Guterres, “chegou o momento da verdade” e de colocar “o mundo nos trilhos.” 

Temas 

Ao falar do papel das vacinas na recuperação, ele disse que elas são bens públicos globais. Sobre as mudanças climáticas, o secretário-geral afirmou que o objetivo central deste ano é construir uma coalizão global para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. 

Segundo ele, “todos os setores devem fazer a sua parte, desde aviação e agricultura até transporte, navegação e indústria. " 

Covax conseguiu assegurar 2 bilhões de doses de cinco produtores, University of Oxford/John Cairns

Relatório 

Ainda nesta segunda-feira, o Departamento Econômico e Social da ONU, Desa, divulgou o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas. 

O documento revela que as consequências arrasadoras da pandemia serão sentidas por anos, a menos que sejam feitos investimentos em resiliência econômica, social e climática.  

A economia mundial encolheu 4,3% no ano passado, mais de 2,5 vezes mais do que durante a crise financeira de 2008-2009. 

Já as nações desenvolvidas tiveram uma contração maior, 5,6%, e  esperam subir 4% este ano. Os países em desenvolvimento tiveram uma queda de 2,5% e devem crescer 5,6% esse ano.  

Mulheres 

A pandemia também lançou 131 milhões de pessoas na pobreza, muitas das quais mulheres, crianças e membros de comunidades marginalizadas. 

US$ 12,7 trilhões em medidas de estímulo evitaram um colapso total da economia mundial, MSC shipping

A crise afetou desproporcionalmente mulheres e meninas, que enfrentaram riscos maiores de pobreza e violência. Elas também representam mais da metade da força de trabalho em setores que foram duramente atingidos por bloqueios, como varejo, hotelaria e turismo. 

Segundo a pesquisa, US$ 12,7 trilhões em medidas de estímulo evitaram um colapso total da economia mundial, mas a grande diferença dessas medidas entre países significa que a recuperação também deve ser diferente.  

Dívida 

Além disso, o financiamento de pacotes de estímulo aumentou a dívida pública global em 15%, representando um fardo potencial para as gerações futuras, a menos que sejam feitos investimentos para promover o crescimento. 

Em comunicado, o economista-chefe da ONU e secretário-geral assistente para Desenvolvimento, Elliot Harris, disse que "a profundidade e gravidade da crise sem precedentes prenunciam uma recuperação lenta e dolorosa." 

Segundo ele, à medida que o mundo entra em uma longa fase de recuperação, é preciso “começar a impulsionar os investimentos de longo prazo que traçam o caminho para uma recuperação mais resiliente." 

Postagem recebida do site de notícias da ONU:

https://news.un.org/pt/story/2021/01/1739632

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